sexta-feira, 4 de maio de 2007
Música – Seus Efeitos Sobre o Homem (Parte I)
(Recebeu o grau de doutor em Arte Musical na Universidade do Arizona, Estados Unidos)
Parte I – Efeitos Físicos
Os adventistas do sétimo dia baseiam sua filosofia de vida não apenas na fé na divina revelação, mas em evidências concretas.
Segue-se, pois, que uma filosofia de música deveria ser desenvolvida não mediante reuniões precipitadas e pesquisas de opinião, mas por meio de informações seguras e conselho inspirado. Inclui tanto a compreensão da natureza do homem como da natureza da música. A falta de conhecimento em ambas as áreas tem ocasionado muita confusão e dissensão.
A questão se a música pode afetar as emoções, as atitudes e o comportamento, é obviamente o ponto de debate. Alguns rejeitam tal idéia, por que admitem que as pessoas variam em sua maneira de reagir à música. Insistem em que determinada seleção ou tipo de música que evoque certa reação em algumas pessoas, "não me afeta de forma alguma". Concluem, pois, que a reação à música só é previsível se a reação for aprendida ou condicionada. Outros crêem que, em questões pertinentes à estética, a moral não está envolvida; a música é amoral.
Embora o assunto dos efeitos da música sobre o indivíduo tenha intrigado os homens desde a antiguidade, pouquíssíma investigação científica teve lugar nesse campo, até à última parte do século dezenove. O primeiro impulso maior ocorreu após a I Grande Guerra Mundial, quando muitos estudiosos do comportamento, nos Estados Unidos, se preocuparam com a possibilidade de influenciar o comportamento humano por meio do uso terapêutico da música.
A Percepção da Música
Provavelmente, o mais importante progresso na investigação científica da música, foi a descoberta de que a música é percebida através daquela parte do cérebro que recebe o estímulo das emoções, sensações e sentimentos, sem ser primeiro submetida aos centros do cérebro que envolvem a razão e a inteligência. O significado deste fato com relação à terapêutica musical, é exposto por Schullian e Schoen:
A música, que não depende do cérebro superior para penetrar no organismo pode estimular através do tálamo - a estação de todas as emoções, sensações e sentimentos. Uma vez que o estímulo seja capaz de atingir o tálamo, o cérebro superior é automaticamente invadido, e se o estímulo continuar por algum tempo, um mais estreito contato entre o cérebro superior e o mundo ou realidade pode ser assim estabelecido.[1]
Este mecanismo possibilita atingir mentalmente os pacientes enfermos, com os quais não se pode entrar em contato.
Música, Estado de Espírito e Química do Corpo
Schoen, numa investigação de âmbito nacional, descobriu que a música provoca um estado de ânimo acentuadamente uniforme na grande maioria dos ouvintes.[2] Conforme Podolsky, a influência da música tem sido demonstrada experimentalmente. Ele afirma que a pesquisa demonstra "que o estímulo musical em determinadas condições bem conhecidas determina reações funcionais transitórias no organismo o que caracteriza a emoção.[3] Ele nos lembra que o estado de alma tem uma base biológica. Isto não depende apenas da atividade do cérebro e da circulação do sangue, mas também na química do corpo. Experiências demonstram que a música exerce efeito direto sobre a pulsação e a pressão sangüínea que sobem ou caem de acordo com o ritmo. Ela também afeta as glândulas de secreção interna e, por conseguinte, as emoções. Charles-Hughes, colaborador no livro "Música e Medicina ", admite uma direta relação da reação emocional do ouvinte para com a música, e salienta que "essa reação é acompanhada pelas mesmas mudanças fisiológicas que acompanham os estados emotivos, como estes ocorrem nas" situações da vida ". Além disto, ele explica:
Tal efeito é uma reação ao efeito total e complexo da música. Além do mais o exame de composições musicais empregadas para testar os efeitos emocionais da música, indicaria que o ritmo é o fator primacial ao se determinar a espécie de efeito produzido. Não é somente a presença ou ausência de uma forma rítmica acentuada que está envolvida aqui, mas também o grau de movimento seja ele, rápido, moderado ou lento.[4]
Cannon, eminente fisiologista de Harvard, defendeu a tese de que a música "libera a adrenalina e, talvez, outros hormônios".[5]
A influência da música sobre a condutibilidade elétrica do corpo é referida por Soibelman.[6] Dado o papel do potencial elétrico e do equilíbrio eletrolítico no sistema nervoso humano, podemos obter uma compreensão adicional do uso da música no estímulo do estado de ânimo e nas mudanças deste.
Harrer e Harrer demonstraram que de todos os sentidos, o da audição exerce maior efeito sobre o sistema nervoso autônomo do que os outros. Em suas experiências, todos os que a elas se submeteram demonstraram significativas mudanças na pulsação e no ritmo da respiração, assim como um reflexo psicogalvânico na pele.[7]
Numa experiência, a atenção de um indivíduo foi desviada da música mediante um desconforto físico de tal sorte que ele não se apercebeu de que determinada música havia sido tocada. Não obstante, uma forte reação emocional foi registrada nos aparelhos de teste. Entretanto, quando lhe foi solicitado que ouvisse analiticamente a música, sua reação emocional diminuiu significativamente. Muito embora se tenha concluído que a reação depende, de certo modo, das atitudes e presença de espírito, descobriu-se que, quando determinada escolha de música foi associada previamente com fortes experiências emocionais pelo ouvinte, sua reação emocional a essa música foi intensa.
Gilman e Paperte demonstraram que a música pode baixar O limite da percepção sensorial. Descobriram que a música e os sons rítmicos podem aumentar a visão dos ouvintes até 25%. Ainda que pequenos como o tique-taque de um relógio, as experiências demonstraram que eles serviram para estimular a visão.[8]
Uma investigação feita por Urbantschitsch, no início de 1887, provou que o limite de percepção da cor abaixa mediante o estímulo tonal.
Música e Reação Sensorial-Motora
A música, em todos os tempos, foi reconhecida como um agente unificador e estimulador durante a atividade física. Verificou-se experimentalmente que a música diminui ou aumenta a energia muscular. Isto certamente justifica o uso da música em conexão com trabalho que requer movimentos sincronizados. Trabalhadores em muitas culturas cantavam não somente como meio de aliviar a monotonia de seu labor, mas também por causa do efeito unificador exercido sobre eles. Hughes, reconhecendo que a música vigorosa aumenta o grau de pulsação e de respiração, afirma:
Ocorre, algumas vezes, que os jovens se esforçam mais - e por um período mais longo - na dança do que nas ocupações mais proveitosas e menos rítmicas. De modo semelhante, tem-se observado que uma banda em marcha faz com que os soldados se esqueçam de sua fadiga, pelo menos por algum tempo, permitindo-lhes marchar com renovado vigor.[10]
Entretanto, Soibelman descobriu que, embora seja a música rítmica um auxilio na atividade, como escrever à maquina, "a música não exerce efeito positivo quanto à precisão ou exatidão do movimento, se o ritmo não for adaptado ao ritmo do trabalho. Ela reduziu a exatidão ao se escrever à máquina e a mão, sendo isto demonstrado no aumento do número de erros".[11]
Há pouca dúvida de que a música rítmica exerça forte apelo sobre praticamente todo ser humano. Van de Wall resume isso: "Muito do que denominamos de irresistível na música, deve-se a nossa reação a este nível sensorial motor de atuação".[12]
Em face da relação do ritmo musical com O ritmo do corpo, não é difícil compreender por que O ritmo passa facilmente de uma para outra cultura. Em todas as civilizações primitivas, esteve evidente a atividade rítmica. Em muitas delas uma monótona seqüência rítmica repetitiva foi empregada nas danças, com o propósito de afetar o bem-estar ou o comportamento do indivíduo ou do grupo. O transe estático, foi o elemento essencial na dança cerimonial, secular ou religiosa, dos antepassados dos negros americanos. Stearns segue os vestígios da música dos adoradores conhecidos por vodun (ou voodoo) de Dahomeans, da África Ocidental para Nova Orleans, onde ela permanece como uma "reserva do ritmo em nossa cultura".[13] Os índios Chippewa da América do Norte usavam música na qual havia elementos de êxtase e hipnotismo. Gaston declara:
Um frenesi igual à dança dionisíaca grega reapareceu repetidamente entre os aborígenes da América do Norte. Na Dança do Espírito, por volta do ano 1870, os índios dançavam monotonamente numa formação em círculo até que, um após outro, todos caíssem rígidos e prostrados no solo. Benedict admitiu que durante a captura desses índios os que dançavam tinham visões de libertamento dos brancos. Outros exemplos dos poderes mágicos da dança incluem o dos primitivos dançadores do nordeste do México. O que era visto nas danças dos feiticeiros na Califórnia Ambas as danças requerem algum componente de acesso cataléptico.[14]
Referindo-se aos repetidos e monótonos ritmos de dança da cultura azteca, Gaston diz: "Isso faz lembrar o rock and roll".[15]
Mais recentemente, o campo da psicologia da música foi tema de estudo de cientistas soviéticos, e a relação entre o ritmo e o movimento do corpo foi claramente mostrada.
A música especialmente selecionada, aumenta a capacidade de trabalho dos músculos. Ao mesmo tempo, o ritmo de movimentos do trabalhador muda com a mudança de ritmo musical. É como se a música determinasse uma velocidade ideal do movimento rítmico. Outra série de experiências em estudantes, provou que não somente a capacidade de trabalhar é alterada sob a influência da música, mas também a pulsação e a pressão sangüínea.[16]
Este é, apenas, um breve relato de alguns estudos científicos sobre a música e seus efeitos sobre a mente e o corpo. Entretanto, mesmo essa limitada informação traz à. baila alguns dados: 1) a música é percebida e apreciada sem necessariamente ser interpretada pelos mais altos centros do cérebro, os quais envolvem a razão e o discernimento; 2) a reação à música é mensurável mesmo que o ouvinte não preste atenção consciente dela.
Notas e Bibliografia:
[1] Dorothy Schullian e Max Schoen, "Music and Medicina" (New York: Henry Schuman, lnc., 1948), pp. 270 e 271.
[2] Max Shosn "Psychology of Music" (New York: Ronald, 1940), p. 89
[3] Edward Podolski, "Music for Your Health" (New York: Bernard Ackerman, lnc., 1946), pp. 26 a 27.
[4] Schullian e Shoen, Op. Cit., pp 168 e 169.
[5] lbid., p 270.
[6] Doris Soilbelrnan, "Therapeutic and Indultrial Use of Music" (New York: Columbia University Press. 1948), p. 47.
[7] G. e H. Harrer, "Music, Emotion and Vegetativum", Wiener Medizinnische Wonchenschrilt, NR. 45/46, 1968.
[8] Leonard Gilman e Fraces Papert., "Music and Your Emotions" (New York: Liveright 1958), p. 28.
9. Charles Discerens e Harry Fine, " A Psychology of Music" (Cincinnati: College of Music, 1939), p. 229.
[10] Schullian e Schoen, Op. Cit., p. 146. 11. Soibelman, Op. Cit., p. 47.
[11] Soibelman, Pp. Cit. P. 47.
[12] Willen Van de Wall, "Music in Hospitals" (New York: Russel Sage Foundation, 1946), p. 15.
[13] Marshall Stearns, "The Story of Jazz" (New York: Oxford, 1956), pp. 38-50.
[14] E. Thayer Gaston, Music and Therapy" (New York: Macmilan Co, 1968), p. 323.
[15] Ibid., p. 20.
[16] Lonid Melnikov, "U.S.S.R.; Music and Medicine", Music Journal XXVII: 18 (Nov. 1970).
Leia também de H. Lloyd Leno: Música – Seus Efeitos Sobre o Homem (Parte II).
[*]Agradecemos à Loide Simon por essa contribuição ao http://www.musicaeadoracao.com.br/index.htm.
Fonte: Revista Adventista. Fevereiro (págs. 40-42) de 1977.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Tunacedros
Grupo Coral de São Roque do Faial

O Grupo Coral da Casa do Povo de São Roque do Faial foi fundado a 22 de Setembro de 1991. Actualmente o seu Director Artístico é o Maestro João Victor Costa.
Em 2004, fui convidada para coadjuvar o Maestro, e desde então, é com grande motivação que todas as semanas me desloco a São Roque do Faial para ensaiar o grupo.
Este grupo é composto, actualmente, por 33 elementos, dos quais, 8 são Tenores e Baixos, e 25 sopranos e contraltos.
O reportório do Grupo coral é constituído por uma vertente religiosa e outra profana, sendo quase na totalidade, reportório tradicional da freguesia de São Roque do Faial, com arranjos do compositor e maestro João Victor Costa.
Em Agosto de 2006 efectuamos um intercâmbio com o Coro da Igreja Matriz da Maia - São Miguel, Açores, onde realizamos dois concertos.
A 20 de Setembro de 2006, por ocasião do seu 15º aniversário, o Grupo lançou o seu primeiro CD denominado: "Assim se Canta", constituído por 17 faixas com temas populares da Região.
orquestra de bandolins
terça-feira, 1 de maio de 2007
Helena Luís
Na disciplina de Educação Musical:
A motivação é um factor determinante no desenvolvimento do aluno bem como no desenvolvimento de processo ensino/aprendizagem. O aluno tem que estar predisposto a aprender e assimilar conhecimentos, pelo que esses conhecimentos devem ser transmitidos de forma atraente e adaptada aos seus interesses. Susan O’Neill focando a questão da motivação diz que é necessário que o aluno obtenha prazer nas suas actividades musicais e apresenta algumas sugestões práticas para desenvolver nos jovens a motivação para a música (1999). Considera que o professor deve “criar um ambiente de trabalho que seja amigável para que os erros e falhas sejam vistos como experiências e momentos positivos do processo de aprendizagem; reconhecer em cada aluno o seu ponto de excelência e desistência e saber ajustar os seus objectivos e o nível de desafio/esforço necessário; estar consciente dos efeitos sociais que os jovens antecipam no seu envolvimento com a música; e encorajar os alunos a tocar o mais possível” (O’Neill, 1999). Estas são apenas algumas das inúmeras medidas que podem facilitar o trabalho do professor e que me têm servido de orientação ao longo da minha carreira na docência.
A missão do professor é muito complexa e importante. Não somos apenas transmissores de conhecimentos, somos muito mais do que isso. Como diz R.L. Sharpe citado por Ben Carson “cada um recebe uma bolsa de ferramentas, uma massa sem forma, um livro de regras; e cada um deve fazer – antes que a vida termine- uma pedra de tropeço ou um degrau.”(2001). Temos o papel de construir degraus, orientar e “transportar” o aluno até ao conhecimento. Muitas vezes o nosso trabalho é dificultado, especialmente quando os alunos se apresentam indiferentes ao nosso esforço ou/e têm interesses e objectivos completamente opostos àqueles para os quais os pretendemos encaminhar. Aí a nossa criatividade e empenho têm que ser explorados ao máximo de forma a ir de encontro às necessidades do aluno.
A relação professor-aluno deve ser aberta e sincera pois, é importante que estas duas pessoas estejam receptivas à influência uma da outra. Todos nós aprendemos uns com os outros.
Considero que a minha atitude é realmente determinante no processo de aprendizagem do aluno pois, quanto maior o meu empenho, dedicação e conhecimento, maiores probabilidades existem em produzir nele (aluno) o interesse e motivação para a música.
Creio que a melhor forma de viver a música é através do contacto com instrumentos musicais. Para mim, este é um factor determinante e motivador para a aprendizagem musical pois, não há quem resista ao encanto de um instrumento musical.
Foi este contacto com os instrumentos que procurei proporcionar aos meus alunos ao longo do ano e mais uma vez constatei que esta é uma das melhores formas de motivar para a música. Como diz Jorge Peixinho “normalmente a criança (ou jovem) chega à música através da sedução de um instrumento...”(1996).
João Pinheiro, no texto O Instrumento ao Serviço do Desenvolvimento Musical da Criança afirma que “para as crianças a música já é feita com instrumentos de verdade (...) a música é feita a sério, sem instrumentos didáticos, sem instrumentos de brincar”(2000). Não quer isto dizer que os instrumentos didáticos já construídos e até mesmo os que são construídos pelas próprias crianças não têm valor ou utilidade na prática. Na verdade, e subscrevendo o mesmo autor, “a construção de instrumentos e sua posterior utilização pode ser uma etapa extremamente rica e importante na descoberta do som e da expressividade que lhe está inerente” contudo, “deverá ser uma etapa e não um fim em si” (2000).
Erik Clarke (1999), diz que tal como qualquer procedimento humano complexo, a performance musical, ao mais alto nível, requer uma combinação notável de competências físicas e mentais.
O mesmo autor afirma ainda que, “da perspectiva do conhecimento musical, a performance abre uma janela rica e fascinante para o escondido mundo do pensamento musical” pois, “pode ser vista, em particular, como uma forma concreta de pensamento musical, na qual podem, potencialmente, ser expressos quase todos os aspectos da concepção de música de um performer”(1999).
No que diz respeito a capacidades motoras, a performance torna observáveis uma série de fenómenos tais como, o controlo de movimentos, a coordenação em relação aos outros músicos, e para além disso pode ajudar a melhorar a coordenação motora.
São inúmeras as vantagens e possibilidades da performance musical para o desenvolvimento musical e pessoal do aluno.
Outra possibilidade é o desenvolvimento da criatividade. A performance é um campo muito favorável para desenvolver a criatividade. É importante que o aluno tenha a possibilidade de criar pois é criando que ele pode ter uma maior compreensão da música. E é esta compreensão da música, um dos principais objectivos da educação musical, que tenho procurado desenvolver nos meus alunos. Proporcionando-lhes momentos de execução instrumental e criação musical acredito que poderei conduzi-los a uma melhor percepção da música, de si próprios e do mundo que os rodeia.
David Graham diz que “Focalizar a criatividade na performance e nas actividades de suporte da aula é essencial se desejamos que os nossos alunos se tornem músicos no seu sentido mais lato – aqueles que verdadeiramente fazem da música um veículo de expressões próprias de tal forma que isso reflita a sua individualidade”(1998).
Procurei estar sempre atenta ao potencial criativo dos alunos e dar oportunidade a que todos pudessem sugerir formas de expressão e interpretação.
Não é fácil alcançar este ideal uma vez que, cada aluno tem uma individualidade diferente e conseguir conciliar a diversidade não é propriamente uma tarefa simples.
Considero fundamental que os professores estejam consciencializados e preparados para lidar com a diversidade pois, cada vez mais as escolas integram pessoas de diferentes culturas abrangendo um conjunto de valores, interesses, ideias, princípios, atitudes, etc. É necessário que os professores se munam de competências que lhes permitam ultrapassar a barreira da diversidade cultural, de forma a saberem tirar o melhor proveito dela.
Como educadores temos o dever de proporcionar momentos de aprendizagem que se adaptem às culturas musicais dos alunos. A música apresenta-se como uma excelente forma de cativar e motivar os alunos, transmitindo valores culturais e promovendo também a partilha de experiências.
Relativamente ao processo de avaliação dos alunos que considero o elemento mais complexo no desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem baseou-se essencialmente na observação directa do desempenho individual e e colectivo dos alunos nas aulas, desempenho musical em concertos musicais diversificados e na realização de fichas de trabalho e de avaliação. A avaliação individual dos alunos foi registada diariamente em ficha própria, tendo como base os quatro grandes organizadores que englobam as competências específicas a desenvolver na disciplina de Educação Musical:
Ø Interpretação e Comunicação;
Ø Criação e Experimentação;
Ø Percepção sonora e musical;
Ø Culturas musicais nos contextos.
Tentei sempre no processo de avaliação olhar para o desenvolvimento do aluno tendo em conta o ponto do qual partiu. Avaliar competências foi e é um processo complexo e até mesmo custoso mas como diz Antónia Castro (2000:17) “Não se educa sem avaliar”.
Nas Áreas Curriculares Não Disciplinares:
Ao longo do ano procurei sempre ir de encontro às necessidades dos alunos, motivando-os a explorar temas que promovessem:
Ø Novas experiências,
Ø Autonomia do aluno,
Ø Valorização de si próprio,
Ø Exploração da criatividade,
Ø Hábitos de sociabilização,
Ø Respeito pela opinião do outro,
Ø Desenvolvimento de competências ao nível de organização, responsabilidade e pensamento crítico.
Considerações finais
Ao longo do meu percurso enquanto docente tenho aprendido que para se ser um bom professor é preciso amar as crianças, desesperar face à indisciplina não vale a pena, falar sem agir não muda nada, criticar sem sugerir não soluciona. A verdade é que, como diz Goethe, “a música começa onde as palavras acabam”.
Referências bibliográficas
CARSON, Ben. (2001) (4ªedição). “Sonhe alto”, Casa Publicadora Brasileira.
CLARKE, Eric. (1999). “Processos Cognitivos na Performance Musical” in Revista Música, Psicologia e Educação, CIPEM, pp. 61-76.
BOAL, Maria Eduarda; et all, (1996), “Educação Para Todos, para uma pedagogia diferenciada”, Ministério da Educação, 1ª edição.
GRAHAM, David. (Março 1998).“Teaching for Creativity in Music Performance” in Music Educators Journal, pp. 24-28.
O’ NEILL, Susan. (1999). “Sugestões Práticas para Desenvolver nos Jovens a Motivação para a Música” in Revista Música, Psicologia e Educação, CIPEM, pp. 41.
PEIXINHO, Jorge. (1996) (2ª edição). “Música Viva para uma Sociedade Viva” in Ensino Artístico, Edições ASA, pp. 67-82.
PINHEIRO, João. (Jan./Mar. 2000). “O Instrumento ao Serviço do Desenvolvimento Musical da Criança” in Revista Educação Musical, Apem, nº104, pp. 20-24.
quinta-feira, 19 de abril de 2007

De pequenino é que se começa! A música é essencial para o desenvolvimento global da criança. E o meu sobrinho é um potencial músico!
Música e exercício físico
Música e expressão corporal são uma linguagem universal!Não há melhor forma de expressão e exteriorização de sentimentos.
 
 


